O Daniel Murta e o Rui Nunes são os nomes por detrás da Entogreen! A Entogreen é uma marca da empresa Ingredient Odyssey (IO) e utiliza subprodutos alimentares para produzir alimentação animal e adubo orgânico, a partir da produção de insetos, mais propriamente da Mosca Soldado Negro (BSF). São promotores de projetos que respeitem os princípios da Economia Circular!
Queres conhecer mais sobre a Entogreen? Voa connosco por dentro deste projeto!
A Entogreen nasce…
… da antevisão que o Daniel e o Rui tiveram sobre o potencial da utilização de insetos. As suas visões iniciais eram distintas quanto à finalidade a dar à produção dos insetos. Para o Daniel a produção de insetos seria para utilizar como “fonte proteica do futuro” e para o Rui a sua finalidade seria para utilização como agente de biorremediação de efluentes. A Entogreen nasce quando os dois entram num consenso, conseguindo conciliar os seus objetivos num só. A formação e experiência distinta do Daniel e do Rui permitiram criar a Ingredient Odyssey, empresa onde se inclui a marca Entogreen.
A Entogreen…
… utiliza como ferramenta-chave, em todo o seu processo, a Mosca Soldado Negro (BSF), conseguindo utilizar os subprodutos agrícolas vegetais (1 milhão toneladas por ano de alimentos são desperdiçadas em Portugal) em proteína e óleo de BSF, devolvendo valor a esses subprodutos e introduzindo-os novamente, na cadeia de valor como matéria-prima para alimentação animal. Paralelamente, produzem um fertilizante orgânico completamente maturado, com ensaios em terreno e com excelentes resultados. A Entogreen funciona de forma a fechar ciclos nos processos de produção alimentar, respeitando assim os princípios nos quais a Economia Circular se baseia.
“Conseguimos devolver os nutrientes às cadeias de valor, na nutrição animal e vegetal transformando um problema que são os desperdícios alimentares em produtos de valor acrescentado na economia, tais como fertilizante orgânico, concentrado proteico e óleo de inseto para nutrição animal.”
A equipa da Entogreen é constituída pelo…
… Daniel Murta que é formado em Medicina Veterinária e doutorado pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa. Leciona na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e tem experiência na orientação de alunos de mestrado e na liderança de projetos de I&D. O Daniel iniciou uma parceria com o INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) de forma a se dedicar inicialmente, à produção de Tenebrio molitor para alimentação humana e, depois à investigação e desenvolvimento na área da produção da BSF (Hermetia illucens), na utilização das suas larvas em subprodutos orgânicos com fins à alimentação animal e nutrição vegetal. O Daniel é líder de um projeto (ENTOVALOR– POCI-01-0247-FEDER-017675) cujo objetivo passa pelo encerramento de ciclos alimentares que produzam desperdício, reaproveitando e devolvendo nutrientes às plantas e aos animais. Colabora com a Comissão Europeia no âmbito do Grupo Focal de discussão de Novas Fontes Nutricionais para Galinhas e Porcos, onde espera contribuir para as alterações legais e políticas que favoreçam a afirmação da produção e utilização de insetos na alimentação destas espécies, e com a DGAV na preparação do Código de Boas Práticas na Produção de Insetos para a Alimentação Animal, publicado em setembro de 2018.
O Rui Nunes também é parte integrante da equipa da Entogreen e é licenciado em Química Industrial na Universidade de Coimbra. Utiliza o seu conhecimento em química para eliminar o desperdício e reaproveitar elementos nutricionais ao longo das cadeias de fornecimento alimentar, trabalhando assim numa ótica de integração de princípios de economia circular. Dedica-se a 100% ao desenvolvimento do projeto que considera ser “um dos seus grandes projetos pessoais”, nomeadamente na gestão do processo produtivo de insetos e métodos de bioconversão da empresa.
Segundo o Rui, a “investigação e desenvolvimento está na génese da IO e tem sido o motor para o estabelecimento de novas metodologias e produtos”.
A Entogreen preocupa-se com a sustentabilidade dos sistemas alimentares…
… pois tem como principal preocupação a utilização de desperdícios alimentares para produção de fontes proteicas e azotadas inovadoras e seguras para consumo animal e utilização vegetal. A utilização de insetos como fonte proteica também pode tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis porque podem ser alternativas a fontes de proteína menos sustentáveis tais como a soja que necessita de terra arável para o seu cultivo, trazendo assim consequências ao Planeta como a desflorestação e perda de biodiversidade e a farinha de peixe que proporciona a depleção dos peixes dos mares.
Para dar resposta às necessidades alimentares que se avizinham, de forma a contornar problemas como o elevado crescimento populacional no Planeta e o aumento do consumo de carne e peixe, a Entogreen transforma o desperdício alimentar em proteína, óleo para nutrição animal e nutrição dos solos e plantas com recurso a insetos.
A descrença na possível utilização de insetos como fontes de alimentação animal…
… foi das maiores dificuldades com que a Entogreen se deparou. Mas conseguiram superá-la através da realização de projetos em escala piloto juntamente com empresas, “transformando alguns descrentes e opositores em defensores e disseminadores do conceito”.
A utilização de insetos como fonte proteica animal ainda não é compreendida pela população em geral, havendo desconhecimento e receio em integrarem insetos nas dietas de animais que produzem. “É mais estranho uma galinha europeia comer soja que comer insetos. Não é o inseto que é estranho na nutrição animal.”
Um grande desafio com que se deparam de momento, é a dificuldade em passarem da escala piloto para a escala industrial, o que lhes facilitaria bastante o trabalho, pois a industrialização do processo poderia reduzir custos e tornar todo o processo mais eficiente.
Para a produção de proteína à base de insetos é necessária…
… a utilização de biorefinarias com dimensão e localização específicas. O investimento para a sua construção e manutenção é elevado e há poucas empresas a produzir insetos, tanto a nível nacional como internacional o que dificulta o seu processo de industrialização.
Segundo o Rui, o valor que as biorefinarias geram, pode ser explicado da seguinte maneira, “se uma batata em estado de decomposição vai para um aterro, apenas liberta gases com efeitos de estufa como o metano e CO2 para a atmosfera, se for para uma central de compostagem produz CO2 e fertilizante, mas se for para uma biorefinaria é transformada em proteína e gordura através da ação da larva de BSF e também num fertilizante orgânico, sendo um processo célere pois apenas demora 15 dias para a sua finalização, ao contrário dos processos anteriores que demoram meses para serem completados”.
A economia circular e a sustentabilidade…
… andam de mãos juntas. Para que a indústria alimentar seja sustentável, também tem de gerar rendimento e, nada como reatribuir valor a produtos ao longo das cadeias de fornecimento alimentar, para gerar maiores rendimentos e menores custos. Assim sendo, a economia circular e a geração de valor ao longo da cadeia de fornecimento alimentar, não só torna os sistemas alimentares mais sustentáveis a nível ambiental, como também a nível económico e alimentar.
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