A Isabel Braz e o Miguel Henriques são os fundadores da bioethic, empresa que produz produtos 100% compostáveis e biodegradáveis (alternativas ao plástico de uso único), recorrendo a resíduos agrícolas e tendo sempre como princípios a ética ambiental e social. A Economia Circular está sempre subjacente às ações dos seus fundadores.
Curioso/a? Precisas de utilizar material descartável mas não queres prejudicar o ambiente? Siga conhecer melhor a bioethic!
O percurso da Isabel…
… levou-a a viver durante 6 anos, na China e na Índia, dois dos países mais populosos e também dos mais poluentes do mundo. O choque que teve com a dimensão da problemática da poluição plástica nestes países, foi o motivo que levou à criação da bioethic, em 2017, de forma a criar alternativas à utilização de plásticos de uso único.
Apesar de em Portugal já começar a haver uma maior consciencialização para este problema, ainda há muito trabalho a fazer nesse sentido.
A Isabel e o Miguel…
… sãos os “rostos” da bioethic. Os dois trabalham a marca tendo sempre como princípios a ética ambiental e social e as regras dos 3 R’s (reduzir, reutilizar, reciclar). Pretendem trabalhar em conjunto com o público em geral, empresas, comunidades, municípios e entidades que” estejam dispostas a dar os passos necessários para uma economia livre de plástico”.
“Acreditamos que é possível abrandar o consumo excessivo, e o descartar massivo de materiais sintéticos não biodegradáveis, e trabalhamos para diminuir a dependência de derivados de matérias fósseis, tais como o petróleo”.
A missão da bioethic consiste em…
… consciencializar o consumidor comum da importância de substituir, de forma gradual, a utilização de plásticos descartáveis, não recicláveis, de uso único, por alternativas ecológicas de qualidade e produzidas naturalmente, possíveis de serem compostadas.
A bioethic disponibiliza…
… produtos provenientes de resíduos agrícolas ou seja, matérias-primas naturais e renováveis. O processo de produção dos produtos é não poluente. São produtos inteiramente de origem vegetal, livres de químicos, biodegradáveis e compostáveis, que seguem o ciclo da vida na Terra, acabando como nutrientes ricos para o solo.
Mais detalhadamente, os produtos que a bioethic disponibiliza aos seus clientes são utensílios para restauração (copos, pratos, talheres, embalagens para comida, sacos para lixo orgânico).
Promove ações de sensibilização relacionadas com a questão da poluição plástica, dando a conhecer alternativas já existentes ao plástico e prestam serviços de consultoria para empresas e instituições que desejam adotar práticas mais “amigas do ambiente” e economicamente sustentáveis.
A consciencialização para o consumo sustentável na restauração…
… é o foco da marca. A restauração é das indústrias que mais plástico descartável utiliza, pelo que a substituição desses plásticos por produtos alternativos e naturais, permite responder a necessidades atuais, de forma mais sustentável, sem causar danos ambientais ou comprometer recursos naturais, tanto no presente como no futuro.
Uma das matérias-primas mais importantes utilizadas na fabricação dos produtos da bioethic é o bagaço agrícola – material residual resultante do processamento de frutas ou vegetais – sendo, atualmente descartado ou destruído pela indústria agrícola. A economia circular é uma preocupação da bioethic, pois valoriza resíduos agrícolas, ao utilizar os mesmos como matéria-prima dos seus produtos.
O principal problema com que a bioethic se depara é…
… a “concorrência” dos produtos de plástico com igual finalidade, pois praticam preços mais baixos, o que é impossível acontecer no caso de empresas de produtos biodegradáveis ou compostáveis.”Há que ter em mente que o plástico continua a ser fabricado para ser vendido a preços baixos, independentemente das consequências que advêm da sua produção, uso e descarte. Consequências essas que acabam por ter um preço muito mais alto!”
Os artigos de plástico descartáveis são taxados da mesma forma que os artigos biodegradáveis, no que respeita a impostos de importação e venda, o que não é justo pois para além de serem artigos altamente poluentes, os plásticos de uso único utilizam recursos não renováveis com custos inferiores.
“Os lobbies da indústria petrolífera são difíceis de contornar e combater, e os governos a nível mundial continuam a ceder-lhes. Desde o Acordo de Paris, em 2015, as cinco principais empresas globais do sector do petróleo e do gás natural gastaram mais de mil milhões de dólares para evidenciar as suas “preocupações” com as alterações climáticas, enquanto continuam a pressionar governos, bancos e grandes corporações para proteger os seus interesses económicos e expandir as suas operações ligadas aos combustíveis fósseis.”
Sendo assim, a Isabel questiona-se se “à luz da realidade ambiental a nível global, não deveriam ser as empresas Ecológicas, Sustentáveis, Biológicas, etc., as mais beneficiadas e apoiadas?”
Mas apesar destes problemas, a bioethic segue forte e determinada o seu percurso, com a ajuda dos seus clientes consciencializados e que fazem um esforço económico para poderem adquirir os produtos, resistindo “à tentação” do preço baixo do plástico. É para essas pessoas e para os seus clientes que trabalham.
De forma a conseguirem consciencializar mais pessoas, associam-se a outros projectos no âmbito da sustentabilidade e da ecologia, criam parcerias, participam em eventos para divulgar os produtos, entre outras ações. O lema da bioethic é: Juntos somos mais fortes!
O mercado para este tipo de produtos é ainda muito volátil,…
… e a pandemia não ajudou em nada o negócio, podendo mesmo dizer-se que “foi um enorme retrocesso no processo de erradicação do plástico de uso único”. Os produtos biodegradáveis podem ser tão seguros ou mais do que os plásticos (são produtos naturais e a migração de substâncias tóxicas para os alimentos não é tão acentuada).
Existe uma necessidade urgente em divulgar estes materiais alternativos que se encontram entre o ideal da reutilização e o plástico, em aplicar uma legislação mais dura em relação ao plástico de uso único, em criar condições a nível de recolha e tratamento de lixo orgânico e, evidentemente, baixar os seus preços de produção, importação e IVA.
Os produtos biodegradáveis têm a finalidade de serem descartados como lixo orgânico para serem compostados. Mas em Portugal há ainda poucos sistemas implementados para a recolha e tratamento de lixo orgânico, ao contrário do que acontece em muitos países na Europa e da Ásia. Os governos apostaram em decrescer a quantidade de lixo orgânico parado em aterros, e ao dar-lhe um fim estão a ganhar, e a poupar. Valorizar o lixo é ganhar dinheiro e vida, ao contrário do que se pensa em Portugal. Curiosamente, até a China e a India têm apostado bastante em alternativas ao plástico de uso único
Para que os sistemas alimentares sejam mais sustentáveis no futuro,…
… a bioethic insiste que é necessário reforçar as campanhas de sensibilização junto de comunidades, escolas, etc., e elaborar mais legislação a esse nível. Os governos necessitam de ser mais corajosos e apostar no que faz sentido ao bem estar comum e do planeta. “Ser sustentável é também poder ser independente de muitas coisas que na verdade não nos fazem falta nenhuma”.
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