O João Cotter é responsável pela Aquaponics Iberia e pelo projeto Fish n’ Greens. Atua na área da aquaponia. Sabes o que é? A aquaponia tem como objetivo criar peixes e, através do seu metabolismo, produzir compostos azotados que são aproveitados como fertilizante natural para as plantas. É um sistema que, em simultâneo e com pouco espaço, consegue produzir dois tipos de alimentos diferentes baseando o seu processo de produção nos princípios da Economia Circular.
Curioso/a? Mergulha connosco nesta história e conhece uma nova forma de tornar os sistemas alimentares futuros mais sustentáveis.
A Aquaponics Iberia surge…
… no sentido de maximizar a produção de alimentos seguros e de qualidade em locais com espaço reduzido. Por volta de 2050, o planeta terá perto de 10 biliões de habitantes! A maioria deles habitará em cidades. O crescimento populacional cresce de forma inversa ao espaço para a produção de alimentos, que nas cidades ainda é mais reduzido do que no espaço rural.
Os co-fundadores da Aquaponic Iberia possuem formação e bastante experiência profissional e de investigação na área da aquacultura e da biologia marinha. Em
2012 iniciaram o projeto Fish n’ Greens, de forma a criar a primeira unidade de aquaponia urbana em Portugal. De forma a quebrar a ignorância, os preconceitos e a burocracia que havia em Portugal para o desenvolvimento da empresa, foi necessário consciencializar a população e as instituições para a aquaponia, “ao longo do país e ilhas”, o que aumentou o interesse de muitos por este sistema de produção alimentar.
Com o sucesso alcançado com a divulgação do projeto Fish n’ Greens, os co-fundadores decidem criar a empresa Aquaponics Iberia, em 2017, mantendo as ações de formação e sensibilização para a aquaponia, ao mesmo tempo que desenvolvem “vários projetos e instalações de aquaponia, quer à escala de produção comercial, quer com objetivos educacionais e de investigação em escolas, universidades e municípios”. A investigação e a inovação são pontos importantes nesta empresa, o que permitiu o desenvolvimento de “uma tecnologia aquapónica modular mais eficiente, que gera maior produtividade, menor consumo de água, maior reaproveitamento de recursos e menores intervenções de manutenção”. Isto é, há uma maior produção com menores custos económicos e ambientais. Essa tecnologia foi denominada de CLIMATE SMART.
A empresa continua a ter como base o projeto Fish n’ Greens, inovando-o e valorizando-o com a criação desta tecnologia modular. Neste momento, encontra-se à procura de parceiros para implementarem pela primeira vez, esta estrutura modular.
O projeto de aquaponia Fish n’ Greens,…
… permite que a Aquaponics Iberia produza e disponibilize “vegetais frescos, locais e ultra-orgânicos e peixe fresco com certificação ASC, da maneira mais sustentável e produtiva, através da nossa tecnologia de aquaponia urbana e de estratégias de interface com o consumidor, aumentando a resiliência e a auto-suficiência da cadeia de abastecimento alimentar das cidades!”
Produzem mais alimentos frescos em espaços mais reduzidos, com menor gasto de água e energia. Os consumidores podem adquirir “ervas aromáticas, frutos e hortícolas em geral, assim como peixe fresco, sem que se recorra a pesticidas, fertilizantes sintéticos, medicamentos e sem os atuais contaminantes do meio natural, como os metais pesados, os microplásticos ou outras toxinas e elementos patogénicos”.
Para além da produção e venda de alimentos, pretendem ter um espaço onde vendem alimentos frescos e um bistrô, aliando a componente de formação, com sala de formação nesse mesmo espaço. As ações de sensibilização são feitas através de “visitas guiadas a grupos escolares e a grupos do público em geral, promovendo educação ambiental e hábitos de consumo alimentar mais saudáveis e sustentáveis”.
A Aquaponics Iberia pretende…
… “semear" sistemas de produção de alimentos efetivamente sustentáveis, frescos e saudáveis nas cidades do nosso planeta. Pretendem disponibilizar soluções alimentares mais sustentáveis e de qualidade, às comunidades urbanas, “aliada a uma experiência educacional, interativa e transparente”. De forma a conseguirem atingir este objetivo, pretendem sensibilizar os consumidores para a tecnologia modular de aquaponia do Fish n’ Greens.
A equipa da Aquaponics Iberia é experiente, motivada, diversificada e multidisciplinar…
… e encontra-se focada em gerar uma mais valia para os sistemas alimentares citadinos europeus.
A equipa é formada por:
João Cotter – Mestre em Biologia Marinha e MBA:
. Consultor, designer, gestor de projeto e instrutor de aquaponia no projeto Fish n’ Greens;
. Investigador de aquacultura;
. Consultor de retalho de alimentos;
. Gestor de projeto de aquaponia nas Caraíbas, com a INMED, o Governo Jamaicano e as Nações Unidas, para apoiar o desenvolvimento social e económico da região através da integração da agricultura e aquacultura adaptadas às alterações climáticas.
Orlando Rodrigues – Licenciatura em Oceanografia e Mestrado em Aquacultura:
. Responsável pelas operações, logística, compras, planeamento, design do sistema, instalação e desenvolvimento de novos equipamentos e produtos no projeto Fish n’ Greens;
. Participou de vários cursos e workshops internacionais de aquaponia;
. Décadas de experiência na instalação e produção em aquaponia.
Paulo Torres – biólogo marinho e possui doutoramento em biologia e ecologia marinha:
. Responsável científico da empresa e pelo desenvolvimento de produtos, vendas, cooperação com escolas em projetos educacionais em aquaponia, melhoria dos processos biológicos e de produtividade e estudos de eficiência e crescimento com novas técnicas, novas espécies e alimentação de peixes;
. Empreendedor e investigador apaixonado, com vários trabalhos científicos publicados em revistas internacionais.
Patrícia Cotter – Formação em agricultura biológica e processamento de alimentos:
. Responsável pelo desenvolvimento comercial, juntamente com o trabalho administrativo, gestão operacional e investigação na área alimentar;
. Experiência em cuidados com plantas, nomeadamente germinação, nutrição e controlo de pragas;
. Experiência em vendas no retalho, TI e telecomunicações;
. O seu maior valor é o atendimento e a aquisição de clientes.
Christopher Hawkins – Economista, especializado em Relações Públicas, Turismo, Recrutamento e Marketing Digital:
. Responsável pelo crescimento do Fish n’ Greens em cidades europeias, identificação de oportunidades de parceria e dos mercados mais apropriados;
. Business developer;
. Especialista em internacionalização – experiência em mercados estrangeiros em todo o mundo.
A aquaponia é uma tecnologia alimentar sustentável porque permite…
…a produção de alimentos aquícola e agrícola, simultaneamente “fundindo os conceitos de aquacultura (em regime de recirculação) com a hidroponia (produção de plantas sem recurso ao solo)”. A aquaponia ao juntar estas duas técnicas, neutraliza totalmente as desvantagens individuais de cada uma. Na aquaponia, os peixes, através do seu metabolismo, produzem compostos azotados que são aproveitados como fertilizante natural para as plantas. Por sua vez, estas crescem saudavelmente enquanto assimilam estes nutrientes, limpando a água que regressa aos tanques dos peixes. Existe um circuito fechado de água, pelo que há uma reutilização de água, evitando o seu desperdício e conseguindo assim, valorizar a água numa ótica de economia circular. Com os sistemas do Fish n ‘Greens, calcula-se que haja uma poupança de água superior a 95% face ao consumo da aquacultura e agricultura convencionais.
As unidades Fish n’ Greens encontram-se dentro das cidades, permitindo uma redução da pegada de carbono deste sistema de produção pois, o transporte de peixe e vegetais é minimizado, reduzindo anualmente, por este facto, uma média de 1800 toneladas de emissões de CO2 por cada unidade instalada do projeto Fish n’ Greens. É o verdadeiro conceito “farm to fork”!
As espécies de peixe utilizadas pela Aquaponics Iberia são herbívoras, o que evita o consumo de farinha de peixe, o que implica uma redução no impacto sobre os stocks de peixe selvagem nos oceanos. Estimam que, por cada unidade do Fish n’ Greens, ao produzirem anualmente 45 toneladas de peixe, criam um potencial de redução anual de capturas de peixe selvagem entre 135 e 225 toneladas. A isto chamamos ser “wild fish friendly”!
Outras razões para o Fish n’ Greens ser um método de produção sustentável, passam pela utilização de “energia limpa” proveniente de painéis fotovoltaicos colocados sobre o edifício, a não ocupação de terrenos férteis e ricos para a biodiversidade, o reaproveitamento total dos resíduos orgânicos do processo produtivo, o sequestro de carbono gerado pelas plantas face ao produzido pelos peixes, a educação para a sustentabilidade promovida pelo espaço, através de
ações de formação, sensibilização e visitas guiadas e o incremento da soberania alimentar das cidades.
Concluindo, por cada tonelada de alimentos gerada no Fish n’ Greens, espera-se uma redução de emissões de 20 toneladas de carbono, face às metodologias de produção convencionais.
A Aquaponics Iberia enumera alguns problemas que enfrentam atualmente, tais como…
… a legislação relacionada com as espécies de aquacultura em Portugal, ser das mais restritivas da União Europeia (na vizinha Espanha, a situação é muito mais fácil, podendo facilmente serem utilizadas espécies de peixe mais sustentáveis);
. O governo português ainda não está sensibilizado para as enormes vantagens ambientais, económicas e sociais da aquaponia. Recebem um forte apoio por parte do município onde se encontram (Torres Vedras), mas ainda não o sentem a nível nacional;
. Correm o risco de iniciar a primeira unidade do projeto fora de Portugal, ao contrário do que é expectável, encontrando-se, neste momento, à procura de investidores a nível europeu;
. A legislação europeia ainda não permite a certificação biológica dos vegetais da aquaponia, mesmo que os inputs possam ser todos biológicos. Nos EUA, já há várias empresas de aquaponia a produzir com certificação biológica (USDA Organic), contrastando com o atraso europeu, o que se reflete no maior crescimento deste mercado nos EUA.
“Na União Europeia, Portugal é o maior consumidor per capita de peixe,…
… mas apenas 1/3 da quantidade consumida é originária da pesca e aquacultura nacionais, com os restantes 2/3 resultando das importações. Infelizmente, o cenário europeu é semelhante, estando a Europa dependente das importações de peixe. Com a previsão de esgotamento de recursos pesqueiros nos oceanos daqui a menos de 30 anos e com o crescimento do consumo de peixe, prevê-se um crescimento galopante dos preços da proteína do peixe à escala global, sendo que os países tradicionalmente exportadores começam a reduzir as exportações para conseguirem fazer face à sua crescente procura interna”.
A nível europeu e nacional, existe uma maior procura por produtos saudáveis (orgânico, natural, sem pesticidas, sem aditivos sintéticos…), sustentáveis (sem impactos ambientais, baixas emissões, sem impacto na biodiversidade…) e locais (maior conveniência, maior frescura, maior transparência, maior confiança, maior ligação…), pelo que a Aquaponics Iberia acredita que o projeto satisfaz claramente estes critérios, que são validados através de inquéritos e entrevistas realizadas a consumidores em geral e a profissionais da restauração e hotelaria.
Atualmente, existe uma forma desleal de produzir e comercializar alimentos,…
… pois existem empresas que se preocupam em fornecer alimentos de forma sustentável, tendo sempre em atenção o seu impacto ambiental, social e na saúde dos seus clientes e outras que, lucram mais pois passam por cima destes requisitos.
A mudança de mentalidade é fundamental para que os sistemas alimentares se tornem mais sustentáveis, isto porque, na prática, ”é a sociedade em geral e o planeta que subsidia e suporta os custos gerados pela maioria do sector alimentar em economia ainda linear e pouco sustentável”. O mercado ainda não está completamente ciente das consequências das ações dos sistemas alimentares atuais o que, infelizmente, leva a que as empresas que têm em atenção as boas práticas e a ética ambiental, tenham que suportar maiores custos de marketing e de certificação para demonstrar ao consumidor a sua forma de atuação e o valor do que produzem. Por vezes os processos de produção também podem ser mais exigentes o que leva a maiores investimentos.
Isto mostra como há necessidade, para as empresas que produzem e pretendem produzir de forma sustentável, de uma maior facilidade de acesso a financiamento, a apoios ao investimento, ao marketing e às certificações. “Não acreditamos em subsídios à produção, pois as empresas para existirem têm de ser economicamente sustentáveis, mas nestes casos, o apoio inicial ao arranque, ou seja, ao investimento e à conexão inicial ao mercado, requer esforços que merecem um apoio proporcional ao benefício que trarão à sociedade, ao contrário das insustentáveis, que deveriam ser taxadas em prol das muitas que deveriam estar já no mercado, e não estão porque lhes faltam os recursos financeiros fundamentais”.
Divulgação:
Website institucional: www.aquaponicsiberia.com
Website Fish n’ Greens: www.fishngreens.eu
Facebook: @Aquaponics Iberia
Instagram: @aquaponics.iberia
Vídeo de animação que ilustra o projeto: https://youtu.be/YKtgkbPbvcs
Mais informações para cursos online de aquaponia para todos os que pretendam experimentar esta técnica a nível doméstico, educacional ou profissional: https://www.aquaponia.digital
A Aquaponics Iberia está à procura de investidores para a primeira unidade do projeto Fish n’ Greens, e que estejam interessados em investir numa grande oportunidade de mercado de tendência crescente de consumo, numa equipa motivada e com uma vasta experiência na área, numa tecnologia sustentável, produtiva e que permite reduzir custos e numa valorização e retorno crescentes, com a replicabilidade e escalabilidade do projeto.