Durante o seu doutoramento, a Débora Campos teve uma ideia! Essa ideia consistia no desenvolvimento de uma tecnologia que promovesse a valorização de subprodutos que resultassem da indústria alimentar. Essa tecnologia teria um impacto importante na redução de resíduos alimentares e na sustentabilidade ambiental e dos sistemas de produção alimentar. Hoje, a Débora possui essa tecnologia patenteada.
Curioso/a? Vamos lá “investigar” como os resíduos alimentares podem ser reaproveitados.
No ano de 2017…
… nasce o AgroGrIN Tech, fruto da investigação cientifica, realizada na Universidade Católica Portuguesa, Escola Superior de Biotecnologia no Porto. A Débora, na altura aluna de doutoramento de Biotecnologia e Ciências e Engenharia Alimentar, investigava metodologias que fossem de utilização prática para a redução dos resíduos alimentares na indústria. Ao longo do seu doutoramento, e com os resultados obtidos no mesmo, surgiu a ideia de transformar esses resultados em ideias de negócio, para que fossem uma mais-valia para a indústria alimentar portuguesa. Hoje, a Débora possui uma patente tecnológica relacionada com a extração de ingredientes essenciais a partir de resíduos alimentares.
Surge assim o projeto AgroGrIN Tech, que tem como objetivo o desenvolvimento de estudos de investigação na área da valorização de subprodutos alimentares industriais, de forma a criar valor com os resíduos das indústrias alimentares.
Esta ideia surge, não só devido aos resultados que a Débora obteve ao longo do seu doutoramento, mas também como forma de resposta ao fato de, na sociedade atual, a transmissão de conhecimento científico gerado nas Universidades não ser transmitido de uma forma eficiente, para as indústrias em geral, promovendo assim, a circulação de conhecimento académico em ambiente industrial.
Segundo a Débora, no futuro…
… “o projecto AgroGrIN Tech pretende ser uma referência a nível nacional e internacional, em termos de inovação criativa, no campo das tecnologias verdes e de baixo custo”. Pretendem “produzir e comercializar serviços, relacionados com a implementação de processos downstream para a valorização de resíduos dentro das indústrias de processamento agroalimentares, com a aplicação de metodologias inovadoras e de elevado valor, baseados na sustentabilidade e qualidade, ajudando a sociedade a atingir o balanço ecológico”.
Num futuro mais recente, será feita…
… a implementação desses processos inovadores e tecnológicos em empresas de processamento de frutas para a valorização dos seus subprodutos, para desta forma, diminuir o impacto negativo da deposição e transporte de resíduos provenientes da cadeia alimentar, e por outro lado gerar novos produtos alimentares. Tal aplicação permitirá às empresas a transição para uma economia circular, podendo assim serem economicamente e ambientalmente sustentáveis. Neste momento não promovem nenhum tipo de ação.
O projeto AgroGrIN Tech é bastante promissor…
… e foi um dos vencedores do EIT Food Innovation Prizes 2018 e do Born from Knowledge Ideas 2019, promovido pela Agência Nacional de Inovação (ANI).
Para além da Débora, a equipa é também constituída por outros elementos, …
… todos eles já com bastante experiência na área da valorização de resíduos alimentares. A Ana Vilas Boas, é mestre em Engenharia Alimentar pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto e o Ricardo Gómez-García está a terminar o seu doutoramento em Biotecnologia também na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto.
20% dos alimentos produzidos são perdidos ao longo do seu processamento, pelo que o projecto AgroGrIN Tech é um projeto que defende a sustentabilidade alimentar,…
… devido à sua atuação direta na cadeia alimentar, através da “recuperação dos subprodutos gerados nas empresas de frutas e vegetais e pela criação de novos ingredientes nutracêuticos e alimentares".
Os ingredientes nutracêuticos possuem propriedades funcionais que podem ser terapêuticas, traduzindo-se isso em benefícios fisiológicos. A produção desses ingredientes a partir da utilização de resíduos alimentares, não só tem benefícios na saúde do consumidor como contribuem para a redução da exploração dos recursos naturais e produtivos, visto que a mesma quantidade de alimentos produzirá mais valor não só económico, mas também ambiental e social.
A resistência da indústria alimentar em alterar as suas formas de produção e a aplicação de uma dinâmica económica linear, em detrimento da economia circular…
… são o principal problema com que o AgroGrIN Tech se depara neste momento.
O AgroGrIN Tech recorre a apoios do Estado e da União Europeia,…
… de forma a conseguir divulgar a sua missão e objetivos a toda a sociedade, ao mesmo tempo que pretende torná-la ainda mais consciente da importância da sustentabilidade da produção alimentar em todas as etapas da cadeia de valor das indústrias alimentares.
Principalmente a nível internacional,…
… o mercado têm-se mostrado cada vez mais aberto a novas possibilidades. “Acreditamos que o crescimento desta ideia de negócio passará principalmente pela internacionalização, mas sem nunca esquecer as raízes do desenvolvimento gerado”.
Para a AgroGrIN Tech ,…
… “a aplicação de uma economia circular na sociedade e a continuação da disseminação dos conceitos de sustentabilidade”, irá permitir que a sociedade se torne mais consciente da finitude dos recursos do planeta e da necessidade de transformarmos o nosso dia-a-dia.
Divulgação:
Website: agrogrintech.com
Facebook: @agrogrintech
Instagram: @agrogrintech